Notícias

Em defesa da democracia, ocuparemos as ruas

9 de dezembro de 2015

Por Valéria Morato e Clarice Barreto – diretoras do Sinpro Minas

Em um ato de total covardia, para não dizer ausência de ética, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, admitiu, no último dia 2, a abertura do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Cunha se viu acuado pela Comissão de Ética da Câmara Federal, ao perceber que não conseguiria barganhar o arquivamento do processo que vai investigar (é o que esperamos!) as contas na Suíça que estão em seu nome.

O pedido de impeachment não tem nenhuma base legal e por isso é caracterizado como GOLPE. Não há nenhuma comprovação de que a presidenta Dilma tenha cometido qualquer crime de responsabilidade. Ainda que houvesse ato criminoso, esse “crime” teria sido desconstituído com a nova lei aprovada no Congresso Nacional – PLC 05/2015, com a qual foi deferida autorização para que o governo adeque suas práticas contábeis à legislação vigente, aumentando a meta fiscal. A lei aprovada retroage para todos os efeitos, inclusive governos anteriores que possuíam a mesma prática fiscal. Conforme vem denunciando renomados juristas, o pedido de impeachment aceito por Cunha é uma afronta à Constituição Federal.

Isso é GOLPE! Praticado pelo poder Legislativo e alicerçado pelo Judiciário.

Por mais críticas que possamos ter às ações do governo, vamos defender a democracia e o voto da maioria, com todas as nossas forças. Defenderemos o regime democrático e o mandato constitucional da presidenta Dilma. Defenderemos nas ruas e cobraremos essa postura dos parlamentares. O que há por trás de todas essas ações é uma ofensiva da elite conservadora que não suporta que um trabalhador metalúrgico e, agora, que uma mulher governem o país dando protagonismo aos jovens, às mulheres, aos pobres, aos miseráveis.

É insuportável para a oposição, que governa só para si mesma, para a classe dominante, que tenham sido criadas tantas universidades públicas dando oportunidade ao “filho do pobre” de se formar doutor.

Na visão dessa mesma oposição, que também manipula a opinião da classe média, é insuportável a regulamentação trabalhista para as empregadas domésticas. Infelizmente, assistimos hoje à manutenção da cultura do sistema escravista nas nossas elites, onde a “Casa Grande” não suporta a ascensão da “Senzala” e quer manter seus privilégios exclusivistas e excludentes. A conjuntura atual denota, de forma cabal e escancarada, a luta de classes que permeia o sistema capitalista e que, em nenhum momento da história, se arrefeceu ou se acomodou em qualquer tipo de “conciliação de classes”.

O sistema é, por si, um esquema que se sustenta na oposição de classes e na exploração de uma classe sobre a outra. O Sinpro Minas é um sindicato classista, tem lado, posição e visão analítica e da historicidade dos fatos. Nesse sentido, defende a classe trabalhadora e luta pela emancipação de homens e mulheres que dão suas vidas na construção desse país: os trabalhadores e trabalhadoras.

E somente em um Estado Democrático de Direito assegura-se, minimamente, que os trabalhadores tenham voz e direitos garantidos.

Tomaremos as ruas nos próximos dias. Reafirmamos que lutaremos com todas as nossas forças.

Os trabalhadores e trabalhadoras mostrarão sua unidade de luta!

Venceremos os golpistas e a grave ameaça à nossa jovem democracia, conquistada a duras penas, nas ruas e pressionando o Congresso Nacional!

Trabalhadores (as) à favor da democracia e do mandato constitucional da presidenta Dilma!

#NãoVaiTerGolpe!

COMENTÁRIO

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Categorias

Artigo
Ciência
COVID-19
Cultura
Direitos
Educação
Entrevista
Eventos
Geral
Mundo
Opinião
Opinião Sinpro Minas
Política
Programa Extra-Classe
Publicações
Rádio Sinpro Minas
Saúde
Sinpro em Movimento
Trabalho

Regionais

Barbacena
Betim
Coronel Fabriciano
Divinópolis
Governador Valadares
Montes Claros
Patos de Minas
Poços de Caldas
Pouso Alegre
Sete Lagoas
Uberaba
Uberlândia
Varginha