Notícias

Protocolo sanitário do governo estadual é frágil

30 de setembro de 2020

O governo de Minas Gerais divulgou, nessa terça-feira (29/9), o protocolo sanitário com recomendações para a volta às aulas presenciais nas escolas do estado, diante da pandemia do novo coronavírus.

Na avaliação do Sinpro Minas, o documento é frágil, incapaz de garantir o retorno seguro às atividades escolares presenciais. Boa parte das orientações são superficiais, e o trecho que trata dos trabalhadores na educação é composto por apenas três itens.

A questão da testagem de professores, estudantes e auxiliares de administração escolar – ponto fundamental para assegurar a eficácia do rastreamento – sequer foi mencionada no protocolo.

Também não há orientações para que sejam feitos estudos sobre os espaços físicos e a ambiência das escolas, com a finalidade de planejar intervenções localmente, nem sugestões para a realização de pesquisas acerca das condições de saúde dos membros da comunidade escolar.

O documento recomenda que as instituições de ensino sejam submetidas a processos de inspeção sanitária, coordenados pelas equipes municipais de vigilância sanitária. No entanto, resta-nos saber se haverá equipes suficientes, em todos os 853 municípios do Estado, para garantir a afetiva fiscalização nas escolas, antes que casos de contaminação ocorram. Pelo histórico de atuação do poder público nesse quesito, não é difícil imaginar a resposta.

Da forma que foi divulgado, o protocolo sanitário mais parece um documento que objetiva eximir o Estado da responsabilidade de estabelecer parâmetros rígidos de retorno às atividades escolares presenciais, que poderiam garantir mais segurança a todos os membros da comunidade escolar.

No atual momento, o fato é que ainda não estamos fora de perigo, e o risco maior reside no contato que o ambiente escolar inevitavelmente proporciona. De acordo com o mais recente boletim da Secretaria de Estado de Saúde, divulgado nesta quarta-feira (30/9), infelizmente foram confirmados, nas últimas 24 horas, mais 2.878 casos e 101 mortes.

Não é por menos que tanto a categoria quanto a grande maioria da população têm reiterado, a cada pesquisa, que não se sente segura para o retorno nesta situação.

Sabemos da importância e da necessidade do ensino presencial, e sempre o defendemos, em outras conjunturas. No entanto, nenhuma razão, entre elas a econômica, pode se sobrepor ao direito à vida, que não tem como ser recuperada.

Nesse sentido, todos nós desejamos a volta às aulas presenciais, mas não de forma apressada, em decorrência de pressões externas, e sim com condições seguras para todos da comunidade escolar – o que não existe atualmente.

COMENTÁRIO

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Categorias

Artigo
Ciência
COVID-19
Cultura
Direitos
Educação
Entrevista
Eventos
Geral
Mundo
Opinião
Opinião Sinpro Minas
Política
Programa Extra-Classe
Publicações
Rádio Sinpro Minas
Saúde
Sinpro em Movimento
Trabalho

Regionais

Barbacena
Betim
Coronel Fabriciano
Divinópolis
Governador Valadares
Montes Claros
Patos de Minas
Poços de Caldas
Pouso Alegre
Sete Lagoas
Uberaba
Uberlândia
Varginha