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Sinpro Minas repudia demissões em massa de professores do grupo Ânima

9 de julho de 2020

O Sinpro Minas repudia a demissão em massa, neste mês, de dezenas de professores do grupo educacional Ânima no estado, após mudanças na matriz curricular da instituição.

Chamada de 3.0, a nova matriz reduz a quantidade de aulas presenciais, por meio do modelo de educação a distância, e diminui a carga horária dos professores. Também reduz o número de aulas noturnas, para não pagar aos docentes o adicional noturno, previsto na legislação trabalhista.

As alterações, feitas sem qualquer consulta ao corpo docente e discente, em nada contribuem para a autonomia pedagógica dos estudantes nem servem para ampliar o aprendizado, como alegam os gestores do grupo empresarial.

Inúmeros estudos e pesquisas no campo educacional apontam exatamente o contrário. A adoção de tais medidas prejudica os estudantes, sobrecarrega os professores, retira direitos, reduz a diversidade curricular e empobrece o conteúdo acadêmico.

A nova matriz diz adotar o chamado “modelo híbrido” (presencial e on-line) – um novo nome usado pelo mercado para tentar mascarar os danos causados às condições de trabalho e ao processo de ensino-aprendizagem, com a inserção de um precário modelo de educação a distância.

São mudanças já implementadas por outros grupos empresariais do setor educacional no país, que invariavelmente resultam em demissões e precarização das condições de trabalho e vida dos professores, além de perda na qualidade da educação ofertada.

Infelizmente, trata-se mais uma vez da prevalência do viés mercantilista na educação, sem qualquer preocupação pedagógica, cujo propósito é unicamente aumentar a já elevada margem de lucro do grupo empresarial.

Vale lembrar que o grupo Ânima (responsável por instituições como os centros universitários UNA e UNI-BH) obteve, em 2019, uma receita líquida de R$ 1,1 bilhão, e lucro bruto de R$ 499,5 milhões, conforme noticiado pela imprensa.

Deve-se ressaltar também que o grupo Ânima foi um dos idealizadores do movimento “Não demita”, que, em abril, lançou um manifesto destinado a empresários de diversos setores do país, pedindo que mantivessem os empregos de seus funcionários. Constata-se que, da parte do grupo educacional, não passou de uma ação oportunista, uma campanha de marketing.

Neste contexto, o Sinpro Minas reitera o seu repúdio à postura do grupo Ânima, com a certeza de que a educação não pode ser uma mercadoria! Afirma também que vai tomar as medidas cabíveis para assegurar o cumprimento dos direitos da categoria e orienta os professores demitidos ou prejudicados pelas alterações a entrar em contato imediatamente com o sindicato, para que todas as providências jurídicas sejam encaminhadas.

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