Em assembleia lotada, nesta quarta-feira (16/3), os professores da rede privada de ensino voltaram a recusar a contraproposta patronal (Sinep/MG) e reafirmaram que o momento é de ampliar as conquistas e de valorizar a categoria.
Nova paralisação nos três turnos foi marcada para 22 de março (terça-feira), quando a categoria faz assembleia, com indicativo de greve, às 9h, na Associação Médica de Minas Gerais (Avenida João Pinheiro, 161 – Centro – BH). A decisão é válida para Belo Horizonte e região.
Os docentes reivindicam 12% de reajuste salarial, equiparação dos pisos da educação infantil, regulamentação da educação a distância, mudança da data-base para 1º de abril, eleição de delegados sindicais a cada 50 trabalhadores na instituição de ensino, seguro de vida e criação de comissão, no interior das escolas, para tratar de assuntos relacionados à violência no ambiente escolar e à saúde da categoria.
A contraproposta patronal, recusada por unanimidade, prevê renovar a atual Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e conceder apenas um reajuste pelo INPC (6,53%) para quem ganha acima do piso, e de 7,5% para os que o recebem. “Não vamos abrir mão de avanços neste ano. Essa foi a principal mensagem da categoria”, afirmou Gilson Reis, presidente do Sinpro Minas, após a assembleia, que contou com a participação de centenas de professores e voltou a mostrar a força e a mobilização da categoria.
A paralisação atingiu parcial ou integralmente cerca de 50 instituições de ensino de Belo Horizonte e região, como Marista Dom Silvério, Loyola, Imaculada, Izabela Hendrix, Colégio Libertas, Rubens Romanelli, Frei Orlando, Newton Paiva, Uni-BH, Unifem (Sete Lagoas), Nossa Senhora das Dores, Curso Alfa (Divinópolis), São Francisco de Assis, Escola da Serra, Fumec, entre outras.
Crescimento da economiaO presidente do Sinpro Minas destacou que a boa conjuntura econômica do país e o aumento das mensalidades acima da inflação criam condições para que as demandas da categoria sejam atendidas. Ele lembrou ainda que políticas públicas, como o Prouni, têm favorecido a expansão do setor privado de ensino. “Nenhum indicador aponta para dificuldades nas escolas particulares. Portanto, não há razões para não ampliarmos nossas conquistas”, disse.Leia também:
O diretor do Sinpro Minas Newton de Souza afirmou que a falta de condições adequadas de trabalho e os baixos salários estão afastando jovens e os próprios professores da carreira docente. “O valor da hora/aula para quem leciona na educação infantil [de 0 a 3 anos é de R$ 7,16] é menor do que a hora de um estacionamento aqui ao lado, no centro de Belo Horizonte”, afirmou Newton de Souza, ao cobrar a equiparação dos pisos da educação infantil e a valorização da categoria. “Vamos exigir e construir condições dignas para sermos professores neste país”.
Sobre as negociações com o patronal, Newton de Souza lembrou que, em janeiro, os donos de escolas chegaram a apresentar proposta de retirada de direitos, mas recuaram após a posição firme da diretoria do Sinpro Minas na mesa de negociação. “A lógica deles [Sinep/MG] é de só negociar avanços em troca da perda de conquistas”.
Assédio moralVários professores relataram a sobrecarga de trabalho e as dificuldades de organização no interior das instituições de ensino, em decorrência da pressão e ameaças de diretores e coordenadores. “Essas direções brincam de democracia, permitindo que participemos até determinado momento”, criticou uma professora. “Antes de sermos professores em determinadas escolas, somos educadores. Temos de lutar pela nossa causa”, defendeu outra professora. “Esta é uma luta nacional, de valorização do fazer pedagógico”, disse Edson de Paula, diretor do Sinpro Minas e da Federação Interestadual de Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Fitee).
O diretor do sindicato José Carlos Areas criticou a atitude da direção do Colégio Santo Antônio, que o impediu de entrar na escola para informar os professores da paralisação, e denunciou a manobra adotada por algumas instituições de ensino para desmobilizar a categoria.
Docentes também denunciaram a prática de algumas escolas de prometer reajustes e acordos separadamente com os professores. “Não existe nenhum acordo por escola. Nós não apoiamos isso e ressaltamos que se trata de uma estratégia para tentar dividir a categoria”, afirmou Gilson Reis. Leia a nota: Sinpro Minas repudia assédio moral contra os professores
O presidente do Sinpro Minas destacou a necessidade de mobilização da categoria, já que, com a emenda 45, a Justiça do Trabalho tende a não julgar o dissídio, e os professores podem ficar sem um acordo que assegure os seus direitos, entre eles o adicional extraclasse e as bolsas de estudos.
“A questão não é só salarial. Queremos melhores condições de trabalho para termos mais qualidade da educação na rede privada. As conquistas da nossa atual Convenção Coletiva de Trabalho remontam às décadas de 80 e 90. Está passando da hora de avançarmos, já que a realidade da carreira docente se modificou bastante nos últimos anos”, defendeu Gilson Reis.
AGORA É HORA DE AVANÇAR!MOBILIZAÇÃO PARA GARANTIR CONQUISTAS!
ASSEMBLEIA COM PARALISAÇÃO E INDICATIVO DE GREVEDia 22 de março – terça-feira Às 9 horas
LOCAL: Associação Médica de Minas Gerais
(Av. João Pinheiro, 161 – Centro – BH)
Entidade filiada ao
O Sinpro Minas mantém um plantão de diretores/funcionários para prestar esclarecimentos ao professores sobre os seus direitos, orientá-los e receber denúncias de más condições de trabalho e de descumprimento da legislação trabalhista ou de Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).
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