Os cineclubes Joaquim Pedro de Andrade e Cineclube Uma Tela no meu bairro vão exibir, no mês de novembro, uma seleção especial de filmes tropicalistas. A Mostra Imersão Tropicalista será realizada em parceria com o Instituto Imersão Latina. Veja abaixo a programação.
A criatividade e o encontro de novas formas, revelou ao mundo o novo cinema que acontecia no Brasil, a partir da década de 1950, influenciando e sendo influenciado pelo movimento Tropicalista, que não restrito a música, rompeu as fronteiras tupiniquins. Inspirados em movimentos como o Neo-realismo e a Nouvelle Vague, com pouco orçamento, ideias na cabeça e câmeras na mão, jovens cineastas brasileiros mostraram a realidade, as mazelas, a pobreza e a fome do país.
Indo na contramão das produções caríssimas e do peleguismo das pornochanchadas, o Cinema Novo e o Cinema Marginal, escancaravam a vida e a realidade, sem incentivos financeiros e sem importar com a censura. Os cineastas tropicalistas buscavam uma forma alternativa, na margem, criando uma nova estética para o cinema brasileiro.
Para a diretora de Cultura do Sinpro Minas, Tereza Avelar, a Mostra é importante para que os jovens conheçam e possam refletir sobre o cinema novo surgido no Brasil nos meados dos anos 50. “Ele significou naquele momento um rompimento com a produção cinematográfica que vinha sendo realizada e apontou para nossa realidade social brasileira. O cinema novo retratou mulheres que caminhavam em busca de uma saída para a vida, para o amor, mulheres que sonhavam com novos tempos além de todas as nossas mazelas sociais. O cinema novo veio para retratar nossas verdades e fazer o enfrentamento. E se hoje um cineasta se dispõe a retratar as dificuldades sociais atuais é sinal de que o cinema novo não aconteceu em vão”, analisa.
Segundo o organizador da Mostra Imersão Tropicalista e vice-presidente do Imel, Nelson Pombo Júnior, a Mostra apresenta alguns filmes significativos dos anos 1950-1970 e tenta expor toda a diversidade que foi este, às vezes, incompreendido período do cinema nacional. “Os filmes retratam os primórdios do cinema novo, a inventividade, a inquietância, a violência que não vem de forma gratuita, mas da necessidade estética de contrapor a toda falsidade, seja ela das grandes salas de cinema, da censura imposta pelo regime militar, da critica e até, porque não, do público brasileiro”, afirma.
CINECLUBE JOAQUIM PEDRO DE ANDRADE Rua Tupinambás, 179 – Centro – Lotação: 70 pessoas
Cineastas brasileiros refletem sobre a realidade social do país nas décadas de 1960 -1970.
01/11 – terça-feira – 19h – O Padre e a moça
Direção: Joaquim Pedro de Andrade – 1965 – Drama – 90 min
Mariana é a única mulher bonita e jovem do lugar. Inconformada, não sabe bem o que quer, mas não quer morrer com a cidade, sem ter conhecido o que a vida tem de bom. Atraída por um padre, recém-chegado à cidade, vê nele a sua salvação.
08/11 – terça-feira – 19h – Porto das Caixas
Direção: Paulo Cesar Saraceni – 1962 – Drama – 80 min
Uma mulher quer matar o marido que a oprime, procura ajuda de seu amante, mas ele se nega a cometer o crime. A cidade onde moram revela a decadência: uma fábrica parada, um convento em ruínas, um vazio parque de diversões. Disposta a libertar-se desse meio, ela decide colocar seu plano em prática sozinha.
15/11 – terça-feira – 19h – Rio 40 graus
Direção: Nelson Pereira dos Santos – 1955 – Drama – 93 min
Década de 50, inspiração no neo-realismo italiano, esse filme reflete as bases do Cinema Novo, realizado nas ruas com cenários e diálogos naturais. O sufocante calor carioca representa o elo entre as histórias que se desenrolam num típico domingo.
22/11 – terça-feira – 19h – Matou a família e foi ao cinema
Direção: Júlio Bressanel – 1969 – Drama – 78min
Várias histórias sobre assassinatos intercalados nesse conhecido filme do Cinema Marginal. Entre as histórias, um rapaz de classe média baixa, no Rio de Janeiro, mata os pais a navalhadas e vai ao cinema ver Perdidos de Amor.
29/11 – Terça-feira – 19h – O Bandido da Luz Vermelha
Direção: Rogério Sganzerla – 1968 – Drama – 92 min
Assaltante misterioso usa técnicas extravagantes para roubar casas luxuosas de São Paulo. Apelidado “O Bandido da Luz Vermelha”, traz sempre uma lanterna vermelha e conversa longamente com suas vítimas. Esse filme se transformou num dos marcos do cinema marginal.
CINECLUBE UMA TELA NO MEU BAIRRORua Jaime Gomes, 198 – Floresta – Lotação: 70 pessoas
03/11 – Quinta-feira – 18h – Terra em Transe
Direção: Glauber Rocha – 1967 – Drama – Brasil – 106 min
No fictício país Eldorado, o jornalista e poeta Paulo oscila entre diversas forças políticas em luta pelo poder: Porfírio Diaz, líder da direita, Dom Felipe Vieira, político populista e Julio Fuentes, dono de um império de comunicação. Paulo conclui que o povo de Eldorado precisa de um líder e Vieira tem os pré-requisitos para a missão.
10/11 – Quinta-feira – 18h – Cinco Vezes Favela
Direção: vários – 1962 – Drama – 92 min
1- “Um favelado” (Marcos Farias): um favelado, desempregado e sem dinheiro, arquiteta um plano para ganhar dinheiro, mas é descoberto e preso pela polícia.
2- “Zé da cachorra” (Miguel Borges): um latifundiário quer de volta suas terras, onde está instalada uma favela. Um favelado luta contra a passividade de uma comissão de moradores, que aceitam a situação.
3- “Escola de Samba Alegria de Viver” (Carlos Diegues): um favelado, presidente do grêmio recreativo, divide-se entre lutar pela sua categoria ou aceitar as imposições comerciais do carnaval.
4- “Couro de gato” (Joaquim Pedro de Andrade): moradores favelados caçam gatos a fim de usar seu couro para fabricar tamborins, que serão usados no carnaval.
5- “Pedreira de São Diogo” (Leon Hirszman): em uma favela sobre uma pedreira, no Rio de Janeiro, operários incitam os moradores a iniciar um movimento de resistência para impedir um acidente fatal, ao perceberem o risco de desabamento dos barracos, em conseqüência de explosões de dinamite.
17/11 – Quinta-feira – 18h – Ganga Zumba
Direção: Carlos Diegues – 1964 – Drama – 92 min
O filme tem início num engenho de cana-de-açúcar, no nordeste, entre os séc. XVI e XVII. Inspirados pelo Quilombo dos Palmares, alguns escravos tramam a fuga para lá. Entre eles, o jovem Ganga Zumba, futuro líder daquela república revolucionária, a primeira de toda a América.
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