A indignação dos metalúrgicos de Minas Gerais diante da intransigência patronal nas negociações da Campanha Salarial Unificada 2013 é cada vez maior. Isso ficou ainda mais evidente na tarde desta segunda-feira (4), durante o ato público realizado em frente à Stola do Brasil, em Belo Horizonte.
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Durante a manifestação, que contou com a participação do Sindicato dos Metalúrgicos de Betim e Região, do Sindicato dos Metalúrgicos de BH e Contagem, da Central dos Trabalhadores e Trabalhadores do Brasil (CTB), da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e de dirigentes de sindicatos dos metalúrgicos do interior do Estado, os trabalhadores se mantiveram firmes na portaria da empresa, mesmo com a forte repressão policial, atrasando a entrada na fábrica em mais de duas horas.
Em assembleia, os metalúrgicos da Stola, que no último dia 31 de outubro já haviam decidido pelo “estado de greve”, aprovaram como reivindicações o reajuste salarial de 9,5%, sem banco de horas, e o abono de R$ 1.500,00.
“Mais uma vez, os metalúrgicos demonstraram que estão unidos às suas entidades representativas e dispostos a continuarem a luta por reajuste salarial e abono decentes e para enterrar, de uma vez por todas, a proposta de banco de horas feita pelos patrões”, disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Betim e Região, João Alves de Almeida.
Agressão policial
Mesmo sendo uma manifestação pacífica, o ato público foi acompanhado por um verdadeiro batalhão da Polícia Militar, composto de dezenas de policiais e inúmeras viaturas. Como registrado em outras manifestações realizadas entre Belo Horizonte, Contagem e Betim, policiais se mantiveram de plantão no interior da fábrica.
Tão logo os dirigentes sindicais chegaram às imediações da fábrica, diversos militares em motos saíram do interior da Stola, numa demonstração descarada de que estavam a serviço dos patrões.
Durante o ato, policiais chegaram a agredir uma diretora do Sindicato dos Metalúrgicos de BH/Contagem e um militante, que protestavam em frente à portaria da empresa contra as tentativas dos militares, que estavam fortemente armados, de intimidarem a manifestação. Com a agressão, os militares foram vaiados pelos trabalhadores, que reprovaram veementemente a presença da PM no local.
“Não somos bandidos, somos trabalhadores. O papel da PM é correr atrás de bandido, disse indignado um metalúrgico.
“Apesar das agressões, que deixaram um militante com suspeita de fratura no nariz, os trabalhadores deram uma resposta à altura aos patrões, permanecendo fora da fábrica até o último orador. Assim, chegaremos aos nossos objetivos”, disse o presidente da CTB Minas, Marcelino da Rocha.
Nova reunião de negociação com os patrões está prevista para a próxima quarta-feira (6), na Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg). No domingo (10), o Sindicato promoverá uma assembleia com os trabalhadores no Clube dos Metalúrgicos, em Betim (Rua Cuiabá, 190, bairro Niterói), às 10 horas.
Fonte: Departamento de Imprensa – Sindbet.
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