Na sexta-feira (4), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou dados estarrecedores sobre o crescimento da concentração de riquezas no Brasil. A Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017-2018 mostrou que 1,8 milhão de famílias com renda superior a dez salários mínimos em 2017 abocanharam 19,9% dos rendimentos totais das famílias brasileiras.
Pelo levantamento do IBGE, apenas 2,7% das famílias tiveram rendimento médio de R$ 40,4 mil, em 2017, enquanto 16,5 milhões de famílias (23,9%) viviam com renda mensal de até dois salários mínimos (que em 2017 correspondia a R$ 1.908).
O G1 publicou nesta quarta-feira (30), um estudo que mostra uma situação ainda pior. Com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE e nos dados da Receita Federal, a consultoria Tendências mostra que a classe A tinha, em 2018, 38,8 vezes mais renda que as classes D/E, quase o dobro apresentado pela Pnad, que foi de 21,4 vezes.
A Tendências comprova o crescimento de concentração de riquezas e por consequência da pobreza a partir do golpe, pois em 2017 a diferença entre os mais ricos e os mais pobres era de 38,3 vezes, houve crescimento de 0,5 em apenas um ano.
“É assustador observar como a implantação do projeto neoliberal no Brasil faz o país caminhar para o abismo, aumentando concentração de riquezas, que sempre foi grande, às custas de um crescimento vertiginoso da miséria”, diz Vânia Marques Pinto, secretária de Políticas Sociais da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).
A economista da consultoria, Alessandra Ribeiro fala ao G1 o motivo desse estudo, “a Pnad subestima muito a renda das faixas mais altas”, mas “quando é feito o ajuste da massa de renda com dados da Receita, o que se observa é que a diferença da classe A para a classe D e E é muito maior do que os dados do IBGE mostram.”
Para entender melhor a diferença dos cálculos, Alessandra explica que enquanto a Pnad mostra que a todas as rendas somadas dos que ganham acima de 160 salários mínimos é de R$ 14,671 bilhões o estudo da Tendências ,mostra que esse montante é de R$ 397,920 bilhões, uma diferença de 2.612,4%.
Levantamento recente da Fundação Getúlio Vargas (FGV) confirma o crescimento da desigualdade nos últimos anos. De acordo com a FGV, o índice Gini passou de 0,6003 no 4º trimestre de 2014 para 0,6291 no 2º trimestre de 2019 (nesse índice que mede a concentração de renda de um país. Quanto mais perto de 1, maior é a desigualdade).
O estudo da FGV mostra ainda que a renda dos 50% mais pobres caiu 17,1% de 2014 a 2019, enquanto a renda dos 1% mais ricos subiu 10,11% no período. Já a renda da classe média caiu 4,16%.
“O pior é que o atual governo não apresenta nenhum projeto capaz de vencer a crise com a criação de empregos e de combate às desigualdades”, analisa Vânia. Para a sindicalista, “as forças democráticas precisam se unir para pôr fim ao projeto neoliberal em marcha”, caso contrário, “veremos crescer o contingente de miseráveis e o Brasil pode se tornar um país de famintos.”
Por Marcos Aurelio Ruy para o Portal da CTB
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