Minas Gerais tem um caso confirmado da doença e 260 estão em investigação. Até agora, são mais de 69 casos no país
Professores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) estão participando da rede nacional de pesquisadores, que estão desenvolvendo estratégias de detecção, tratamento e vacinas relacionadas ao coronavírus. Minas Gerais tem um caso confirmado da doença e 260 estão em investigação. Até agora, são mais de 69 casos no país.
Formada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, a rede nacional de pesquisadores conta com docentes do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) e da Faculdade de Farmácia da UFMG.
“Trata-se de uma estratégia governamental de enfrentamento. Na linha de frente, estão os profissionais da medicina e infectologia, redes de atendimento ao paciente e de diagnóstico dos casos suspeitos. A rede de cooperação foi criada porque esses segmentos precisam de um suporte de pesquisa”, explica o professor Flávio Guimarães da Fonseca, do Departamento de Microbiologia do ICB.
De acordo com o docente, o núcleo, chamado de Rede Vírus, é composto de pessoas e instituições com experiência em estudos e desenvolvimento de produtos relacionados a vírus. Além de Flávio Fonseca, integram a rede os professores Mauro Martins Teixeira, Santuza Teixeira e Ricardo Gazzinelli, do Departamento de Bioquímica e Imunologia do ICB, e Ana Paula Fernandes, do Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas da Faculdade de Farmácia da UFMG.
Mauro Teixeira é coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) em Dengue, e Ricardo Gazzinelli lidera o INCT Vacinas e é pesquisador em imunopatologia da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Pesquisadores de outras instituições brasileiras, como a Universidade de São Paulo (USP) e a Sociedade Brasileira de Virologia, também estão envolvidos na estratégia do governo federal.
Segundo Flávio Fonseca, a tendência é que a rede seja expandida e adquira caráter permanente. “O ideal é que a rede seja sólida e ampla, abrangendo todo o Brasil. É necessário também que, em vez de montada ‘para apagar incêndio’, ela seja perene, já que todo ano surgem novos vírus”.
Incertezas
De acordo com Flávio Fonseca, ainda é preciso compreender muitos aspectos sobre o coronavírus que recentemente chegou ao Brasil, como as alterações genéticas que o micro-organismo possa estar sofrendo desde que migrou da Ásia. “Por exemplo, ainda é uma incerteza a prevalência do vírus em animais no Brasil, mas vimos que isso aconteceu na China”, exemplifica o professor.
Segundo o pesquisador, os envolvidos participaram de reuniões presenciais e por videoconferência com autoridades governamentais ao longo da semana passada. A expectativa é de que a força-tarefa apresente resultados em curto ou médio prazo (seis meses a um ano). A rede vai agir em várias frentes, e as tarefas serão divididas de acordo com o ponto forte de cada instituição. “A produção de testes diagnósticos, por exemplo, é expertise do CT Vacinas da UFMG”, afirma o professor.
De imediato, informa Flávio Fonseca, os ministérios disponibilizaram uma verba de emergência para as pesquisas. Em um segundo momento, haverá uma chamada pública para a qual pesquisadores do Brasil inteiro deverão apresentar suas propostas.
Com assessoria da UFMG
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