Sindicalistas e trabalhadores de todo o estado participaram, nesse sábado (26), no sítio da Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Minas Gerais (Fetaemg), em Belo Horizonte, do congresso de fundação da seção mineira da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB). Durante a manhã, os cerca de 140 delegados, representando aproximadamente 40 entidades sindicais, discutiram e aprovaram o regimento interno da CTB Minas e debateram as conjunturas nacional e estadual. No período da tarde, o congresso discutiu o estatuto da entidade e as diretrizes de atuação em Minas Gerais e elegeu os membros da direção plena e do conselho fiscal. A deputada federal Jô Moraes (PCdoB/MG), pré-candidata à prefeitura de Belo Horizonte, participou do congresso e alertou para a investida contra os movimentos sociais em curso no país. “Há hoje uma ofensiva voltada para a criminalização dos movimentos sociais, numa tentativa de reprimir o avanço da luta da classe trabalhadora, afirmou a parlamentar, que cumprimentou os sindicalistas e trabalhadores pela “sensibilidade e ousadia de incluir as mulheres no nome da Central, dando-lhes visibilidade num particular momento de avanço da luta pela igualdade de condições”.
Ao analisar as conjunturas mundial e nacional, Jô Moraes chamou a atenção para o novo papel desempenhado pelo Brasil, junto com a China e a Índia, a partir da redução do papel hegemônico dos Estados Unidos. Segundo ela, a vitória de Fernando Lugo, no Paraguai, mantém a tendência de governos progressistas, em contraponto ao avanço conservador na Europa, com as eleições de Nicolas Sarkozy, na França, e de Silvio Berlusconi, na Itália. Outro aspecto positivo enumerado pela deputada foi a mobilidade social no Brasil. “Milhões de brasileiros elevaram o nível do consumo em 6,8% , com base na expansão sustentada do mercado interno”, salientou.No congresso, não faltaram críticas à política macroeconômica capitaneada pelo Banco Central. Segundo Gilson Reis, presidente do Sinpro Minas e eleito presidente da CTB Minas, ao aumentar os juros, o órgão impede o crescimento mais acelerado do país. “Acabando com qualquer possibilidade de avanço, o Banco Central aumentou a taxa Selic. E, dessa maneira, o Brasil voltou a praticar os maiores juros do mundo”, denunciou o sindicalista. Segundo ele, neste momento, o desafio é mobilizar o movimento sindical para exigir do governo a aprovação do fator previdenciário, do reajuste das aposentadorias e das convenções 151 e 158 da OIT.Para o deputado estadual Carlin Moura (PCdoB), o desafios dos trabalhadores e trabalhadoras é o “de aumentar a temperatura e a pressão da luta de classes em Minas e no Brasil, como forma de avançar nas conquistas por um país melhor”. O parlamentar criticou a administração do governador Aécio Neves, que, conforme ressaltou, “contraria os interesses dos trabalhadores” e se caracteriza “pelo confisco de suas conquistas, pela redução da assistência social e pela maquiagem das contas públicas”.Segundo o parlamentar, o alardeado “choque de gestão” nada mais é do que um programa financiado por grandes empresas – tendo até uma entidade com sede em paraíso fiscal – e que não reduziu a dívida do estado. “O que o governador chama de ‘choque de gestão’ é uma maquiagem das contas públicas, feita a partir de muita publicidade e propaganda e da redução dos investimentos sociais. O estado deixou de investir até o percentual mínimo determinado pela legislação, como ocorreu na área da saúde. O que vemos em Minas é a presença de um ‘estado mínimo’, omisso em relação aos problemas. Ocupamos o 10º lugar no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), apesar de sermos o terceiro estado mais rico”, denunciou Carlin. CTB Minas“A CTB muito em breve será a maior e mais atuante central em Minas”, disse Celina Arêas, secretária nacional de Formação e Cultura da Central, diretora do Sinpro Minas e da Contee e uma das organizadoras do encontro. Para Wagner Gomes, presidente da CTB, o fortalecimento da Central nos estados é fundamental para que a entidade seja forte e consiga pautar as discussões e defender as suas bandeiras em todo o país.
“Foi um congresso positivo, onde todas as forças compuseram a direção, o que demonstra as grandes possibilidades de crescimento da CTB em Minas”, avaliou Gilson Reis. Ele elegeu como um dos principais desafios no estado o “enfrentamento das políticas neoliberais do governador de Minas, que criminaliza os movimentos sociais e retira direitos dos trabalhadores”. Outro desafio apontado será a ampliação da Central em Minas. O presidente da Fetaemg, Vilson Luiz da Silva, disse que cerca de duzentos sindicatos da sua base devem se filiar à CTB nos próximos dias.Durante o congresso, os delegados aprovaram uma agenda de atividades políticas e culturais em comemoração ao 1º de maio. Na próxima quarta-feira (30), será realizada uma passeata no centro de Belo Horizonte a favor da campanha de redução da jornada de trabalho. A concentração está marcada para as 15 horas, na Praça da Estação. Depois, os manifestantes seguem para a Praça Sete. Na terça-feira (6/05), haverá um protesto em frente ao Banco Central contra o aumento das taxas de juros. Duas moções de repúdio também foram aprovadas. Uma diz respeito à ação truculenta da Polícia Militar em Montes Claros, no último dia 24, contra a manifestação pacífica de estudantes, pais de alunos e dirigentes sindicais pelo meio-passe e por uma educação de qualidade.A outra moção aprovada refere-se às declarações, no último dia 23, do recém-empossado presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, de criminalização dos movimentos sociais. “Usando como mote a ocupação da Universidade de Brasília (UNB), o magistrado aproveitou a ocasião para mostrar seu conservadorismo, atacando o que chamou de ‘onda de invasões’”, diz o texto da moção.
Entidade filiada ao
O Sinpro Minas mantém um plantão de diretores/funcionários para prestar esclarecimentos ao professores sobre os seus direitos, orientá-los e receber denúncias de más condições de trabalho e de descumprimento da legislação trabalhista ou de Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).
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