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Diferentes polos se unem contra a desindustrialização

13 de abril de 2012

No dia 12 de abril, representantes do movimento sindical, empresariado, legislativo, entre outros setores da sociedade, participaram de um ato na Assembleia Legislativa em defesa da produção e do emprego e contra a desindustrialização do país. O presidente do Sinpro Minas e da CTB Minas foi um dos palestrantes no evento. O objetivo do Ciclo de Debates é mobilizar a sociedade para a defesa da indústria, da geração de riquezas e da criação de empregos no Brasil. O ciclo é parte das ações do movimento “Grito de Alerta”, que discute o processo de desindustrialização nacional.

 

 “Se não tivermos a audácia de lutar pelos interesses nacionais, não serão os estrangeiros que farão isso. Estamos diante de uma guerra. Para vencermos, e assim fortalecermos a indústria mineira e nacional, precisamos nos unir”, observou o deputado Celinho do Sintttrocel (PCdoB), que coordenou os trabalhos no Ciclo de Debates Em Defesa da Produção e do Emprego – Contra a Desindustrialização, realizado nesta quinta-feira (12/4/12) na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. O deputado,  autor do requerimento do ciclo de debates, destacou a importância da presença de diferentes atores interessados na discussão – trabalhadores, lideranças empresariais e sindicais e estudantes, que lotaram o Plenário, bem como suas galerias, a fim de participar da discussão.

 

Gustavo Persichini, superintendente geral da Associação Mineira de Municípios (AMM), destacou que a entidade apoia a luta pela fortalecimento da indústria brasileira e pela geração de emprego, mas ressaltou que as propostas sobre desoneração de impostos precisavam ser discutidas com bastante prudência. “Algumas dessas ações têm impacto direto nos municípios, pois recaem nas costas dos gestores municipais, impactam diretamente em suas contas”, disse. Persichini pontuou que a AMM tem sido parceira de várias das entidades presentes no ciclo de debates e que usará a capilaridade da instituição para levar essas questões até prefeitos e legisladores municipais.

 

Ao responder à pergunta de um trabalhador, Aguinaldo Diniz, presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil, ressaltou que produção e importação são elementos importantes na economia de todo o País, mas que é preciso haver um equilíbrio entre esses dois polos. “O que está acontecendo no País, hoje, é um desequilíbrio entre produção e importação. Precisamos, juntos, gerar emprego e riqueza para o Brasil e para os brasileiros, e isso não é xenofobia. O que nosso trabalhador precisa é de renda, de uma indústria forte e de emprego de qualidade, para que o País cresça com justiça e paz social”, afirmou.

 

Representando a União Nacional dos Estudantes (UNE), Rafael Leal também destacou a importância do evento que a ALMG abrigava. “É preciso, no entanto, fazer com que essas discussões cheguem à sociedade. A luta contra a desindustrialização é a luta pela soberania nacional e contra o capital estrangeiro, e ela expõe uma antiga contradição brasileira: Brasil – colônia ou potência? Podemos ser uma grande potência, mas por interesses estrangeiros nunca conseguimos ser”, observou. Rafael Leal adiantou que a UNE está comprometida com a questão e também promoverá um ciclo de debates sobre o tema para levar a discussão para dentro das universidades.

 

O subsecretário de Estado de Indústria, Comércio e Serviços, Marco Antônio Rodrigues da Cunha, informou que Minas Gerais desponta hoje no cenário nacional com uma das mais baixas taxas de desemprego do País – em torno de 4,9%. “Geramos 300 mil empregos anuais, mas não estamos satisfeitos, porque precisamos investir em emprego de qualidade, e para isso é preciso qualificar os trabalhadores e, depois, remunerá-las à altura. Trata-se de uma questão que envolve vários entes”, declarou. Esse desafio, explicou o subsecretário, está sendo enfrentado com o apoio de diversas entidades, entre a quais se destaca o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg). “O governador Anastasia tem destacado que a indústria é o elo principal de toda uma cadeia de geração de emprego e riquezas”, completou.

 

“Este é um momento de diálogo maduro entre capital e trabalho”, declarou Gilson Reis, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB). “Espero que o primeiro passo dado hoje, neste encontro, não se encerre aqui. Que consigamos avançar na busca de alternativas para se solucionar o problema”, finalizou.

 

Fonte: Portal da ALMG

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