Por: professor Hermes Honório da Costa
A invenção da língua foi, sem dúvida, uma grande conquista do homem. Poder representar por palavras toda a realidade material existente, e os fatos e acontecimentos também, é qualquer coisa de fantástico.
As palavras não são simplesmente sons e rabiscos. Elas têm matéria, cor… vida… elas têm sentido e o poder de criar realidades quando, sozinhas ou em conjunto, formam discursos.
E, exatamente aí, no espaço do discurso “é que mora o perigo”, pois as estruturas de poder dominante nas sociedades descobriram que é possível controlar as pessoas e os grupos sociais, controlando os sentidos das palavras e dos discursos… Controlando, censurando, interditando as palavras e os discursos, pode-se dominar as pessoas.
Sabendo disso, o homem inventou a Literatura, que é uma estratégia social que permite uma fuga desta interdição, desse controle. A Literatura garante a liberdade de expressão. Nela tudo pode ser dito e os discursos transitam livres, com seus sentidos… A Literatura é o espaço da liberdade.
As estruturas de poder dominantes, não satisfeitas com essa estratégia criada para escapar de seu controle, procuram interditar a Literatura, por diversos meios: silenciando os escritores, controlando as edições de seus textos e a própria circulação dos textos literários.
O maior desastre tem acontecido no espaço da escola. Ali, a censura e a interdição da palavra e do discurso são praticadas pela imposição do livro didático na sua concepção atual, como algo que pode substituir o professor, e pelo esvaziamento da criação literária e quase proibição dessa atividade. Isso porque há um projeto político, historicamente implantado, que fez com que, em todos os espaços sociais, a liberdade da literatura fosse trocada pelo controle “do que pode e deve ser dito”…
Mas, como o homem não se cansa nessa luta permanente pela conquista da liberdade, sobretudo da liberdade de dizer, de escrever, de produzir sentidos… de fazer Literatura, poetizando a vida, as palavras, poetizando tudo… o trabalho continua gerando as conquistas desejadas…
Como escreveu Tiago de Melo, em 1966,
“Faz escuro mas eu canto,
Porque a manhã vai chegar.
Vem ver comigo, companheiro,
A cor do mundo mudar.”
Como escrevera Castro Alves, em 1864,
“A praça! A praça é do povo
Como o céu é do condor
É o antro onde a liberdade
Cria águias em seu calor!”
Como cantou Vinícius de Moraes
“E no entanto é preciso cantar
Mais que nunca é preciso cantar
É preciso cantar e alegrar a cidade
A tristeza que a gente tem
Qualquer dia vai se acabar”
Ou como posso escrever agora
“De repente, não há o que dizer
Então não diga. Cala-te, amigo.
E verás que o silêncio não é ausência
De falar. É o conversar consigo.
E se ao não dizer estás dizendo
Tudo o que sentes, meu amigo,
Faz silêncio que enche o abismo
Do poder dizer o que não consigo.”
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