O presidente Bolsonaro anunciou nesta segunda-feira a demissão de Ricardo Vélez do Ministério da Educação (MEC). Para o lugar dele, foi indicado o economista Abraham Weintraub, que já atuava no governo, na função de secretário-executivo da Casa Civil, em defesa da reforma da Previdência.

De acordo com informações publicadas na plataforma Lattes, do CNPq, o novo ministro da Educação atuou como executivo do mercado financeiro e é formado pela USP e com mestrado em administração em finanças pela Fundação Getúlio Vargas. Dedicou grande parte de sua carreira ao setor privado e tem passagem pelo Banco Votorantim e pela Bovespa.

“Bolsonaro sempre surpreende para pior. Um ultraliberal no MEC, economista articulador da reforma da Previdência. O mundo empresarial terá livre acesso aos mais de R$ 100 bilhões da pasta. O direito à educação está ainda mais distante de ser consagrado”, disse o cientista político Daniel Cara, coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação. “Como tem sido regra na pasta, o novo ministro não entende nada de educação”, criticou Cara, ao dizer que a educação brasileira nunca foi tão desrespeitada.

Educação não é mercadoria

Para a diretoria do Sinpro Minas, a indicação do novo ministro tem o objetivo de acelerar o processo de privatização da educação pública brasileira. “Ficaremos atentos a todos as ações desse novo ministro, pois não vamos aceitar o desmonte do nosso ensino. A educação pública é um patrimônio do povo, e o que precisamos é de medidas para fortalecê-la, e não precarizá-la para posterior privatização. Permaneceremos vigilantes e na luta por melhores condições de vida e trabalho para todos os professores e pelo fortalecimento de uma educação pública, gratuita, de qualidade e socialmente referenciada”, ressaltou Valéria Morato, presidenta do Sinpro Minas.

Por Denilson Cajazeiro, com informações de agências.
Foto: Agência O Globo