Por Vanessa Silva, de Assunção, para o VermelhoEm Assunção, nesta segunda-feira (25), o clima político é tranquilo e não há foco de violência no país. O estandarte da resistência ao golpe, a TV Pública, no entanto, sofreu outra tentativa de desestabilização. Na manhã desta segunda (25), um grupo de policiais tentou invadir o local para impedir seu funcionamento. Jovens e campesinos que fazem vigília em frente ao local resistiram e conseguiram evitar a ação policial.
Em todos os pronunciamentos oficiais, é ressaltado o pedido de mobilização e que esta seja pacífica. Durante a reunião da Frente Ampla e da recém-criada Frente em Defesa da Democracia, Ricardo Canese, Parlamentar do Mercosul, que atuou como porta-voz de Fernando Lugo, disse que serão realizadas manifestações em todo o país, nos bairros, nas universidades, para fortalecer a resistência.
Na noite de hoje, a página www.paraguayresiste.com, criada pelo movimento para auxiliar nas manifestações foi hackeada e saiu do ar. No lugar das notícias e agendas das manifestações, o que pode ser visto são fotos de paisagens. Os apoiadores estão trabalhando para reestabelecer a situação.
MercosulNa saída da reunião foi confirmada a participação de Fernando Lugo na Cúpula do Mercosul, que tem início nesta quarta-feira (26). Ele deverá viajar quinta (27) à noite para a Argentina, onde será realizada a reunião. O ex-presidente contou que o senador Sixto Pereira já está na Argentina para prestar esclarecimentos do ocorrido no Paraguai ao Parlamento portenho.
Reconhecimento internacionalSobre o reconhecimento internacional do governo de Federico Franco, Canese ressaltou, durante a conferência de imprensa realizada na sede da Confederação Nacional dos Trabalhadores, em Assunção, que “o que vemos não é como se publicou até agora”. De acordo com ele, A Alemanha retirou o reconhecimento e a “Espanha disse que vai fazer o que o Mercosul determinar. Ou seja, os poucos apoios que tinham estão sendo diluídos (…) Sabemos que estão sendo organizados protestos em São Paulo, Buenos Aires e Paris” em apoio a Lugo.
Liberdade de expressãoQuando questionado sobre a ação de Franco a respeito dos órgãos estatais de comunicação, ele observou que tanto a rádio quanto a TV Pública “sofreram intervenção. Houve tentativa de derrubar a programação da rádio e quiseram calar a voz da TV. O apoio dos companheiros [que desde sexta-feira (22) resistem diante da TV] evitou que se instituísse a censura. Vamos seguir apoiando não só a TV Pública, mas todos os meios para que não haja censura”.
Justiça paraguaiaSobre a possibilidade de a Justiça paraguaia intervir em favor de Lugo, Canese respondeu com ceticismo: “a Corte Suprema alguma vez teria que estar a favor do povo, mas nunca esteve. Sempre estiveram a favor das terras usurpadas. Quando nossos procuradores tentaram reaver essas terras, a corte sistematicamente saiu em defesa dos ladrões de terra e determinou que o Estado tem que pagar 100 milhões de dólares a essas pessoas. Essa é a Corte que temos, protetora dos ladrões de terra. A Corte não está a favor da democracia, mas da ditadura”.
Solidariedade internacional“É fundamental o apoio dos trabalhadores de todo o mundo. Sem solidariedade é impossível que um povo possa resistir. Durante a ditadura de Strossner, havia ditaduras na região [na América Latina] e a solidariedade era mais difícil. Agora temos a sorte de viver em Estados democráticos, onde o povo pode manifestar-se livremente. Esta ditadura não vai durar porque a solidariedade tem uma força muito grande. Temos que buscar nos apoiar entre os povos. Somente esse apoio poderemos dizer ‘ditadura nunca mais’”.
“Isso é o que nos preocupa: que tenhamos uma onda de golpes na América Latina. Eu estive na reunião do Fórum de São Paulo no ano passado e foi dito lá que o Paraguai era o elo mais frágil das democracias na América Latina e do Sul e já advertíamos que havia um golpe em curso no Paraguai. Tentamos resistir, mas é notável que a direita golpista não escutou as razões para evitar essa situação”.
Entidade filiada ao
O Sinpro Minas mantém um plantão de diretores/funcionários para prestar esclarecimentos ao professores sobre os seus direitos, orientá-los e receber denúncias de más condições de trabalho e de descumprimento da legislação trabalhista ou de Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).
O plantāo funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h.
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