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Professores reivindicam o fim dos sábados letivos na campanha salarial deste ano

20 de março de 2025

Diretores do Sinpro Minas se reuniram, nessa terça-feira (18/3), com donos de escolas de Belo Horizonte e região, representados pelo Sinepe MG, para discutir a pauta apresentada pelos professores na campanha reivindicatória deste ano.

Na avaliação da diretoria do sindicato, a expectativa é que as negociações avancem em busca de melhores salários e condições de vida e trabalho para a categoria. De acordo com a presidenta do Sinpro Minas, além do ganho real, como forma de valorização profissional, os professores vão fortalecer a luta por diversos outros pontos, entre eles o fim dos sábados letivos.

“Essa tem sido uma reivindicação forte da nossa categoria. Já apresentamos um calendário letivo, por meio do qual demonstramos que é perfeitamente possível termos os 200 dias letivos, como determina a legislação educacional, sem aulas aos sábados. Os professores precisam de mais dias para descanso, lazer e outras atividades com suas famílias, diante do aumento das demandas nos últimos anos e sobrecarga de trabalho”, ressalta a presidenta do Sinpro Minas, ao destacar que a reivindicação dos docentes faz parte da campanha nacional pelo fim da escala de trabalho 6×1, sem redução salarial.

Em fevereiro, uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que trata do assunto começou a tramitar na Câmara dos Deputados, depois de conseguir o apoio de mais de 200 parlamentares. A proposta apresentada propõe uma jornada de quatro dias por semana e três de descanso.

O assunto ganhou projeção nacional no ano passado, de forma espontânea, e passou a ser um dos mais comentados nas redes sociais. De acordo com especialistas, aumentar os dias de folga representa mais qualidade de vida e mais tempo para o descanso e outras atividades de lazer. Como consequência, reduz o estresse e outros problemas de saúde física e mental.

Segundo dados do Ministério da Previdência Social, em dez anos dobrou no Brasil o número de afastamentos em razão de transtornos mentais e comportamentais, chegando a 440 mil casos. No ano passado, em comparação com 2023, o aumento foi de quase 67%. De acordo com o relatório do ministério, boa parte dos afastamentos em 2024 foi em decorrência de transtornos de ansiedade, episódios depressivos e por transtorno depressivo recorrente.

Jornadas exaustivas

Segundo o economista Diogo Oliveira, diversos estudos em todo o mundo revelam um cansaço físico e mental dos trabalhadores, em função das longas jornadas de trabalho. “Existe um mal-estar generalizado no mundo com as condições de trabalho atuais. E o pior é que as saídas propostas pelo sistema capitalista para enfrentar as crises que ele mesmo cria vão sempre na direção de aumentar o controle sobre o trabalho, a exploração e a precarização”, aponta o economista.

Para o presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo, a proposta de acabar com a escala 6×1 atualiza a antiga luta dos trabalhadores pela diminuição da jornada de trabalho sem redução salarial. “Em 1857, operárias reunidas em Nova Iorque já levantavam a luta contra a exploração e a favor da redução da jornada exaustiva e extenuante. Então eu penso que esse debate é fundamental, para que a gente possa se preocupar com o direito de viver mais e melhor”, afirma Adilson Araújo.

O presidente da CTB nacional destaca que a redução da jornada vai proporcionar a geração de 6 milhões de empregos, e que a medida se torna ainda mais necessária no Brasil, onde os trabalhadores também enfrentam condições precárias de trabalho e de transporte e recebem baixos salários.

“Alguns países já discutem a jornada de quatro dias. É algo contemporâneo e mais do que necessário para o tempo que estamos vivendo. O que a gente precisa é dar centralidade a esse debate, que é atual, mas não é novo. Porque o fim da escala 6×1 é o direito à humanização concreta do trabalho”, ressalta.

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